Green New Deal
17:52 | Author: Anderson Santos
Caso você também nunca tenha lido ou ouvido falar na expressão Green New Deal, não se preocupe. Até a tarde desta quarta-feira, eu, estudante de Jornalismo, também não.

Folheando uma revista produzida pelo Centro de Estudos Sustentáveis (vinculado à Escola de Administração de Empresas) da Fundação Getúlio Vargas, a Página 22, deparei-me com tal neologismo através de um artigo denominado "O que pode ser um Green New Deal?".

O artigo é assinado pelo professor Dr. José Eli da Veiga (Dept. Economia/USP) e a revista, pelo que pude constatar, é toda voltada a discussões ambientais e voltada ao desenvolvimento sustentável - mas, como sempre, sem esquecer o aspecto financeiro e de desenvolvimento das indústrias.

Já tinha ouvido e lido sobre o Manifesto Ecossocialista, mais um tento criado nessa década, propondo que a revolução não deveria levar em consideração a desigualdade entre classes, mas o quanto o sistema capitalista foi/é nocivo à natureza. Inclusive já escrevi sobre isso numa tese para o Cobrecos 2008.

O que seria o Green New Deal então? Uma versão keneysiana e, portanto, das linhas políticas do centro para criticar a destruição natural, porém sem apontar os verdadeiros culpados? É algo por aí. Em rápido resumo, o GND é algo que propõe "combater" as crises ambientais, sociais e econômicas quebrando a lógica de produção e de consumo sem combater o que gera essa lógica.

A exemplo da proposta dos estadunidenses após a grande crise de 1929, essa nova alternativa seria a solução para a economia mundial e, ainda mais, uma solução para resolver problemas como aquecimento ambiental, mudanças climáticas e demais deficiências causadas pelos homens ao meio ambiente.
Por mais incrível que possa parecer, cada vez que mais leio sobre as propostas de proteção ambiental, mais vem a minha mente que uma vivência "pacífica" entre homem e natureza é possível. Só que também vem a minha mente que pode ser que sobrem árvores e não pessoas daqui a alguns anos, tamanha a preocupação que se tem com a natureza, sobrepujando as desigualdades humanas.

As propostas neste nível sempre pensam na natureza como essencial para a sobrevivência humana. De certa parte, não discordamos disso, afinal todo o desenvolvimento humano se deu pela transformação do que tinha ao redor. Porém, não podemos esquecer é qual o problema que criou todos os demais. Afinal, os homens conviviam sem nenhum problema até certo ponto, recente, da história.

Vou aproveitar para catar mais informações sobre isso nos próximos meses. Por enquanto, fiquem com uma interessante frase deste artigo sobre a impossibilidade de tais políticas, como o GND:

"Para que um Green New Deal pudesse ser realmente verde, seria necessária que uma macroeconomia para sustentabilidade, que, além de reconhecer que existem sérios limites naturais à expansão das atividades econômicas, rompesse com a lógica social do consumismo. [...] Nada que possa ser visto como pensamento econômico cujo impacto tenha algum paralelo com a ascensão da macroeconomia keynesiana em resposta à miséria intelectual dos anos 20".

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2 comentários:

On 23/06/2009, 15:18 , Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
 
On 23/06/2009, 15:18 , Anônimo disse...

Ah, você esqueceu de falar das vacas, agora a culpa do aquecimento global é dos gases liberados por elas durante a digestão.

Veja um vídeo interessante no youtube: JB - VACAS