A cara do Mangue...
13:52 | Author: Eli Magalhães
Bem pessoal, como é fácil notar, eu modifiquei o layout do Mangue Wireless. Não consultei os outros colaboradores, mas dava pra notar que o site estava bem feio antes.

Esse layout novo é do site www.btemplates.com, e há vários outros lá. É simples de mudar, então, qualquer coisa, voltamos ao normal em segundos. Fora este existem outros, mas achei este tudo a ver com a proposta do Mangue.

De qualquer maneira, foi só para avisar, caso alguém fique se perguntando, ou mesma queira modificar o layout. Alguns widgets foram perdidos, mas nada amedrontador. A contagem de visistas está cadastrada no Histats.com, mas eu não tenho a senha, salvo engano o Mário Jr. tem. Então é só recuperá-la lá.

É só. Quem tiver outras sugestões, ou quiser modificar o que foi feito... bem... à vontade.

Ainda no clima francês...
11:04 | Author: Eli Magalhães
A crise econômica mundial, apesar do que a mídia hegemônica vem tentanto fazer parecer, tem se aprofundado e atingindo, como não seria diferente, cada vez mais a classe trabalhadora. Algo de significativo vem sendo demonstrado por este abalo capitalista: a democracia encontra-se em apuros claros. Nas democracias modelo (Europa e EUA), a retirada de direitos tem se tornado uma constante. As demissões vêm sendo a mostra mais clara da retirada de dignidade dos trabalhadores durante este período.

Nos Estados Unidos a taxa de desemprego subiu para 9,5% e deve atingir os dois dígitos até o fim do ano. Na França, ela chega a 9,3%. Os dados são do Financial Times, reportagem de 21 de Julho. E os reflexos começam a aparecer.

Em 13 de Julho trabalhadores franceses ligados à CGT (Confederação Geral do Trabalho), empregados da New Fabris, em Chatellerault, ameaçaram explodir a fábrica em protesto pelas demissões. Cercaram o prédio com botijões de gás ligados uns aos outros por fios inflamáveis. Acionariam o "gatilho" dia 31 deste mês se não houvesse avanço nas negociações.

A pauta dos trabalhadores: indenização de 30 mil euros para cada demitido. Suas exigências se voltaram tanto à própria empregadora, quanto às principais clientes da mesma, a Renault e a PSA. O Ministro da Indústria francês, Christian Estrosi, ofereceu aos trabalhadores o pagamento de 95% dos seus salários em 12 meses. Segundo ele, mais de 200 demitidos já aceitaram isto que seria um "pacote de transição". Guy Eyermann, da CGT, disse que não é suficiente e, além disto, os 366 demitidos esperam novos empregos, e não apenas uma proposta de "transição" para a crise. Nada mais justo, afinal, esta não tem dado mostras desta transitoriedade tão breve quanto o governo francês desejaria. Além disto, tanto o governo fracês, quanto outros semelhantes, já gastaram muito mais do que isto com recuperação de bancos e empresas. Um pouco de recuperação para a classe trabalhadora para variar não seria mal.

Na última terça-feira, 21 de Julho, operários franceses de duas fábricas diferentes, em cidades distintas, mantiveram reféns executivos destas empresas em protesto aos efeitos da crise. Trabalhadores da Michellin, em Montceaus-les-Mines, mantiveram quatro executivos reféns. O incidente aconteceu depois que a empresa anunciou um planejamento de rebaixar, pelo menos, mil postos de trabalho em seus quadros até o fim do ano. Em Maulacene, o mesmo aconteceu em uma fábrica de papel de enrolar cigarros pertencente à norte-americana Alpharetta.

Enquanto isto, do outro lado do Atlântico, os americanos, que em algumas cidades chegam a experimentar uma duplicação da taxa de desemprego, continuam sem grandes mobilizações. A excessão foi uma ocupação fabril em Chicago, durante às últimas eleições, da qual Obama acabou se servindo de forma oportunista, declarando apoio. Claro, que um apoio limitado, afinal, atos radicais "não levam a lugar nenhum". (Talvez por isto ele também não acabe "radicalmente" com as ocupações militares herdadas de Bush, promessa que fez parte de sua campanha). A apatia dos trabalhadores americanos, em pleno olho do furacão do Capital, é fruto das campanhas anti-sindicais e anti-comunistas levadas a frente pelos governos deste país durante as últimas décadas. Some-se a euforia do american-proud e temos a receita perfeita para a retirada de direitos e rebaixamento do nível de vida.

Os executivos de ambas as fábricas francesas foram liberados na madrugada da quarta-feira, 22, através de negociações. A ocupação da Michellin contou com o "apoio" estatal para a negociação. A Ministra de Finanças da França condenou todos os "atos de violência e situações de chantagem (...) O que funciona é o diálogo". Uma pena a Ministra não reconhecer que nenhuma empresa tentou dialogar com os trabalhadores antes de decidir acabar com, simplesmente, mil postos de trabalho até o fim do ano.

Enquanto isto, no Brasil, a "marolinha" já fez evaporar quase 1 milhão de postos de trabalho. Isto para não falar na cifra-negra da informalidade, que chega a números alarmantes de trabalhadores sem garantias trabalhistas e sociais. A repressão aos movimentos sociais cresce de maneira absurda, e a greve na USP tem sido o exemplo mais famoso. Ainda não testemunhamos, de fato, um levante da classe trabalhadora nacional. Mas sem dúvidas, aguardamos o nosso próprio "Ano Francês".

Imagem acima: "Trabalhadores, levantai!", do russo Valentin. A. Serov.
Devido ao “Ano da França no Brasil” – eventos culturais programados para a proliferação da cultura francesa no país, em reposta ao “Ano do Brasil na França”, em 2005 – leio com freqüência e-mails com a propaganda do evento e uma das coisas que mais me chamou atenção foi a diferença nos logotipos dos Governos dos dois países.

Por mais simples que possa parecer, vi detalhes neles que de certa forma simbolizam como é o jeito de pensar politicamente dos habitantes dos dois países e, além disso, como é tratado o assunto pelos governantes de ambos.

De um lado, o lema da Republique Française, país que, como todos sabem, realizou o movimento ápice da transição do modo de produção feudalista para o capitalista, na que se convencionou chamar de Revolução Francesa. E por mais que o partido do primeiro ministro Sarkosy tenha em seu nome o socialismo, o lema da revolução burguesa está aí: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Do outro, o que o publicitário baiano Duda Mendonça quis foi mostrar a heterogeneidade do povo brasileiro, através das suas várias cores e do lema “Um país de todos”. A conciliação de classes vista no Governo Lula está muito bem representada desde 2003.

VISÃO REVOLUCIONÁRIA
A imagem do francês revoltado na logo daquele país logo me chamou a atenção para a forma de protesto realizada por eles. Greves de trabalhadores, protestos estudantis e outras manifestações são muito comuns, basta que eles tenham motivo para isso – casos da modificação da lei trabalhista com mudanças previdenciárias, que assola a Europa.

Enquanto isso, o brasileiro não tem uma grande manifestação desde o “Fora Collor”, em 1992, quando foi fortemente influenciado pela elite econômica do país, que temia a abertura para empresas estrangeiras, e da classe média. Até os meios de comunicação mais reacionários participaram.

Com a chegada de Lula e sua trupe ao poder até movimentos sociais bastante ativos diminuíram suas investidas contra as desigualdades sociais e mesmo quando atuam possuem uma grande repulsa popular, independentemente de classe. O “país de todos” reflete o Governo como salvador da pátria, todos os outros que fiquem em suas casas.

Se Marx deixara claro que devido às condições de evolução econômica e de transformação da natureza, a revolução teria que começar em países desenvolvidos, a mentalidade político-cultural se transformou em mais uma justificativa para isso.