"Bilhete premiado", "picanha azul" e "filé" são alguns dos nomes dados por ministros à descoberta recente do petróleo da região do pré-sal, segundo matéria de Kennedy Alencar e Valdo Cruz na edição de hoje da Folha de S.Paulo. Pois bem, daqui a alguns dias será anunciado como se dará a exploração desse petróleo, ou melhor, quem poderá realizá-la, e não faltam candidatos.
Meses atrás, a revista piauí trouxe uma reportagem sobre as agruras na busca do pote de ouro no final do arco-íris, numa verdadeira história de heróis que "não desistem nunca", mesmo que rios de dinheiro já tivessem sido derramados - e que poderiam ser à toa. De tão difícil de se achar, só faltou encontrarem duendes junto - apesar de aparecerem agora para enganar a quem "deixar" ser enganado.
Outro trunfo para essa descoberta está no fato de que algumas bacias petrolíferas brasileiras começarem a chegar no seu limite de produção e, principalmente, no valor cada dia mais crescente que teve o petróleo entre 2007 e 2008 - que alcançou mais de 140 dólares o barril!
Hoje, mesmo com o barril de petróleo bem abaixo desse valor, mais de 40 dólares, a crise econômica mundial vê nesta descoberta e prospecção como a última pepita de ouro do Eldorado. Aquilo que pode manter por mais alguns anos a estrutura que o próprio capitalismo mostrou ser mais destrutivo na medida que construía futilidades.
Ontem, em entrevista ao Jornal da Globo, o assessor de segurança nacional dos Estados Unidos deixou bem claro os interesses ianques ao afirmar que o país se interesse em "investir" no pré-sal brasileiro, que, segundo especialistas ouvidos pela Folha, tem pouco risco. Em troca, o país pode comprar as armas que quiser com direito à transferência de tecnologia.
Tudo bem que vender armas é tudo o que a indústria bélica estadunidense quer - apesar das guerras bushianas continuarem no governo Obama - para continar a elevar seus lucros, mas um país chato, leia-se esperto, como os EUA não liberariam o acesso à fabricação dessas armas por pura bondade. O que só prova o bilhete premiado que o presidente tem nas mãos.
Segundo as informações, o Governo pretende ficar com 80% do petróleo do pré-sal para si, nos campos de maior rentabilidade. Aos outros, incluindo a mista Petrobras (com 60% do capital na mão de acionistas privados), caberá os 20% restantes e uma reanálise à medida que prospectarem regiões de pré-sal em que o petróleo ainda não foi achado.
E é aí que os EUA entram, com o empréstimo do Eximbanc ("banco de fomento às exportações do país) à Petrobras. Assim, a pressão nos próximos dias para que a porcentagem acima citada aumente será gigantesca. Vamos ver como anda a influência da Terra do Tio San no Governo Lula, que um dia participou de passeatas pedindo "Fora, FMI" e hoje se tornou mais um dos banqueiros.
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