“Nós entendemos que Israel tem o direito de se defender pois nesses últimos anos o Hamas lançou diversos foguetes na região. Porém, os Estados Unidos estão comprometidos com a criação de dois Estados onde palestinos e israelenses poderão conviver juntos”
Barack Obama, 22 de janeiro de 2009
Mas antes disso, Obama – como bom estrategista que é! – disse que “a melhor defesa é o ataque”. Só depois falou que Israel poderia “se defender”...
Afora a piada, declaração no mínimo filha da puta essa do Obama. Israel está se defendendo do quê? De foguetes de fundo de quintal que não adentram sequer quatro quilômetros em seu território e em um ano, após cerca de 400 serem lançados, terem matado seis pessoas?
Se for por isso, a ofensiva que lançou entre dezembro e janeiro foi mais do que desproporcional. Em 22 dias deixou cerca de 1.300 mortos. E é claro: ela não veio por conta dos foguetes do Hamas, mas sim para reafirmar o seu domínio militar na região e aproveitar os últimos dias do governo Bush.
Mas pelo segundo motivo, nem precisava a pressa para tal intervenção. Obama, com tais declarações, dá todos os sinais de que vai continuar apoiando (e armando!) o estado de Israel.
Quando o novo Presidente dos Estados Unidos diz que “está comprometido com a criação de dois Estados” ele está dando seguimento à política de desapropriação do território do povo palestino e cessão do mesmo ao estado de Israel, continuando o saque territorial que começou pós-Segunda Guerra Mundial. Dessa forma, ele delimita bem com o que se compromete: com o sionismo!
Desde que derrotou Hillary Clinton, Obama virou pop-star, símbolo de mudança, de novo tempo, de que o sonho de Martin Luther King se consolidou etc. Em quatro (ou oito) anos, todos verão que foi apenas mais-do-mesmo, uma fraude, um charlatanismo eleitoral. Obama está para Bush como Lula está para FHC: ambos são personificações do neoliberalismo!
Mas não são apenas os governantes que se viciaram no corolário conservador/liberal, sejam estes vindos da direita tradicional ou de oposições de centro e de esquerda. Parte considerável da população – após anos de adestramento com telejornais tendenciosos e telenovelas que fetichizam a realidade; e da falta/escassez do acesso a uma educação elucidadora e desveladora – passou a reproduzir argumentos próximos ao fascismo em suas emissões opinativas.
Para ver isso, nem precisa ir tão longe e procurar a aceitação do público ao Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite. Aqui em Alagoas, o estudante de jornalismo Victor Guerra, estagiário do portal Gazetaweb, publicou no site um excelente texto sobre o conflito Israel x Palestina. Ele mapeou diversas informações, entrevistou um bom historiador, fez uma montagem didática e coerente do conteúdo. Uma reportagem, de fato, difícil de imaginar presente nos meios de comunicação de massa da família Collor.
E qual foi a reação/recepção do público leitor ao conteúdo?
Acusaram-no de “defender os terroristas do Hamas”, apresentar uma “visão distorcida para incriminar Israel”, de “fletar com os terroristas”, “desconhecer a história de que Jerusalém foi fundada por Davi, Rei dos Judeus”, “usar o jornalismo para aumentar ainda mais o ódio e a repulsa contra Israel”... Sem dúvida, coisas torpes, malucas, tristes de se ler, mas que – infelizmente – não foram piadas.
E eis que aqui está o meu primeiro texto no Mangue Wireless! Saudações.
Barack Obama, 22 de janeiro de 2009
Mas antes disso, Obama – como bom estrategista que é! – disse que “a melhor defesa é o ataque”. Só depois falou que Israel poderia “se defender”...
Afora a piada, declaração no mínimo filha da puta essa do Obama. Israel está se defendendo do quê? De foguetes de fundo de quintal que não adentram sequer quatro quilômetros em seu território e em um ano, após cerca de 400 serem lançados, terem matado seis pessoas?
Se for por isso, a ofensiva que lançou entre dezembro e janeiro foi mais do que desproporcional. Em 22 dias deixou cerca de 1.300 mortos. E é claro: ela não veio por conta dos foguetes do Hamas, mas sim para reafirmar o seu domínio militar na região e aproveitar os últimos dias do governo Bush.
Mas pelo segundo motivo, nem precisava a pressa para tal intervenção. Obama, com tais declarações, dá todos os sinais de que vai continuar apoiando (e armando!) o estado de Israel.
Quando o novo Presidente dos Estados Unidos diz que “está comprometido com a criação de dois Estados” ele está dando seguimento à política de desapropriação do território do povo palestino e cessão do mesmo ao estado de Israel, continuando o saque territorial que começou pós-Segunda Guerra Mundial. Dessa forma, ele delimita bem com o que se compromete: com o sionismo!
Desde que derrotou Hillary Clinton, Obama virou pop-star, símbolo de mudança, de novo tempo, de que o sonho de Martin Luther King se consolidou etc. Em quatro (ou oito) anos, todos verão que foi apenas mais-do-mesmo, uma fraude, um charlatanismo eleitoral. Obama está para Bush como Lula está para FHC: ambos são personificações do neoliberalismo!
Mas não são apenas os governantes que se viciaram no corolário conservador/liberal, sejam estes vindos da direita tradicional ou de oposições de centro e de esquerda. Parte considerável da população – após anos de adestramento com telejornais tendenciosos e telenovelas que fetichizam a realidade; e da falta/escassez do acesso a uma educação elucidadora e desveladora – passou a reproduzir argumentos próximos ao fascismo em suas emissões opinativas.
Para ver isso, nem precisa ir tão longe e procurar a aceitação do público ao Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite. Aqui em Alagoas, o estudante de jornalismo Victor Guerra, estagiário do portal Gazetaweb, publicou no site um excelente texto sobre o conflito Israel x Palestina. Ele mapeou diversas informações, entrevistou um bom historiador, fez uma montagem didática e coerente do conteúdo. Uma reportagem, de fato, difícil de imaginar presente nos meios de comunicação de massa da família Collor.
E qual foi a reação/recepção do público leitor ao conteúdo?
Acusaram-no de “defender os terroristas do Hamas”, apresentar uma “visão distorcida para incriminar Israel”, de “fletar com os terroristas”, “desconhecer a história de que Jerusalém foi fundada por Davi, Rei dos Judeus”, “usar o jornalismo para aumentar ainda mais o ódio e a repulsa contra Israel”... Sem dúvida, coisas torpes, malucas, tristes de se ler, mas que – infelizmente – não foram piadas.
E eis que aqui está o meu primeiro texto no Mangue Wireless! Saudações.
3 comentários:
Mário, sempre se adiantando! Hahaha... sua lembrança ao Capitão Nascimento meu inspirou a fazer um texto sobre ele... mas isso fica pra depois...
Em relação à cobertura de mídia brasileira, meu amigo q tá em Los Angles e outros brasileiros conseguiram um canal pra assitir a globo.
Ontem ele veio me perguntar que palhaçada era essa de ficar apresentando ele como Salvador do mundo.
Pelo menos ele não perpetrou a indencência de deixar Guantánamo na mesma...
Naísia o problema é que é importante pro imperialismo essa imagem de salvaodr do mundo...
ver o meu texto logo a cima deste...